sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

Aula nº 3 do 1º bim. - A industrialização tardia da América Latina e do Brasil

Aula nº 3 do 1º bimestre:

A industrialização tardia da América Latina e do Brasil:

Vamos compreender o processo de industrialização na América Latina, incluindo aí industrialização de alguns países desenvolvidos como Estados Unidos, Japão e China.

A Crise de 1929, gerada pela quebra da bolsa de valores de Nova York, contribuiu para o processo de industrialização da América Latina. Com a queda da economia norte-americana, os países latinos, com grande dependência econômica em relação aos Estados Unidos, perderam o grande comprador de produtos agrícolas e matérias-primas. Sem dinheiro para comprar produtos industrializados importados, boa parte dos países latinos foram obrigados a fabricar seus produtos. Fato que teve maior evidência na Argentina, no México e no Brasil, que acabou adotando por conta disso, a política de substituição de importações.

Com o fim da Segunda Guerra Mundial, os grandes grupos empresariais oriundos de países industrializados da Europa, Estados Unidos e Japão, buscaram uma nova forma de expansão comercial, com a dispersão de empresas multinacionais em direção a países da América Latina, África e Ásia, continentes que possuíam em sua maioria países pobres.

Essa reordenação territorial da produção industrial promovida pelos países mais ricos e industrializados se baseava, principalmente, em fatores como mão- de-obra abundante e barata, riquezas em matérias-primas, imenso mercado consumidor, fragilidade sindical, oferta de infraestrutura pelos países que recebem as empresas e leis ambientais frágeis.

A produção passa, assim, a ser “mundializada”, gerando uma dispersão geográfica da indústria. Várias empresas têm a matriz nos Estados Unidos, na Europa ou no Japão e a produção (total ou parcial) é feita na América Latina ou no sudeste da Ásia, de onde o produto é distribuído para o consumo. As empresas que adotaram esse modelo produtivo são chamadas de multinacionais ou transnacionais.

No caso específico do Brasil, além dos fatores externos apresentados anteriormente, causas internas contribuíram decisivamente para o processo de industrialização do Brasil. Getúlio Vargas que chegou ao poder em 1930, investiu na indústria de base estatal. Nos dois períodos em que ele foi presidente (1930-1945 / 1951-1954) foram criadas empresas como a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), a Companhia Vale do Rio Doce (Vale), a Eletrobrás e a Petrobrás.

No governo de Juscelino Kubitschek (1955 a 1960), o Brasil ficou marcado pela construção da nova capital, Brasília. Esse período foi também marcado pela internacionalização da economia brasileira, já que foram necessários investimentos estrangeiros a partir da entrada das grandes empresas multinacionais no país, produtoras de bens de consumo duráveis, como as do setor automotivo. No entanto, para isso acontecer, o Brasil contraiu grandes empréstimos com as instituições financeiras internacionais, elevando a dívida externa.

O desenvolvimento da década de 50, com Getúlio Vargas e JK, concentrou a indústria brasileira no Sudeste e no Sul do Brasil e teve continuidade no período da ditadura militar (1964-1985), onde ficou conhecido como o “milagre econômico”.
Grandes obras foram feitas como a Usina Hidrelétrica de Itaipu, a Ponte Rio-Niterói, a Usina Nuclear de Angra e a Rodovia Transamazônica. Na década de 80, no final da ditadura militar, houve uma queda no crescimento econômico que estagnou a indústria no Brasil e fez com que esse período fosse conhecido como a década perdida.

Além dos fatos internos, também fatos externos, como o fim da União Soviética e a Queda do Muro de Berlim, trouxeram mudanças para a dinâmica industrial no Brasil. A década de 1990 se caracterizou pela ideologia neoliberal, que, dentre outras coisas, pregava que a economia de um país não deveria ser gerida pelo Estado, ou seja, pelo Governo Federal, e sim regulada pelo capitalismo.

Como podemos notar, o Brasil pode ser considerado um país industrializado atualmente, porém em grande parte devido à instalação de empresas multinacionais.

A produção de tecnologia, ou a indústria de ponta não é o que mantém o setor industrial brasileiro, o que faz com que o Brasil seja, ainda hoje, dependente da tecnologia produzida nos países industrializados.

A seguir, a título de comparação com o Brasil e a América Latina, vamos apresentar brevemente o processo de industrialização de alguns países que hoje apresentam destaque nesse setor:

Estados Unidos: Após sua independência, em 1776, a industrialização norte-americana concentrou-se, inicialmente, no nordeste do país, ainda no século XIX, aproveitando-se de alguns fatores como o fato de ter sido uma colônia de povoamento, uma grande disponibilidade de minérios e combustíveis fósseis, ampla reserva de mão-de-obra e um amplo mercado consumidor e o fácil escoamento da produção pelos Grandes Lagos, ligados com o oceano através de rios. Baseado nesses fatores, os EUA, entram no século XX como potência e consolidam essa posição após a II Guerra Mundial.

Japão: O Japão iniciou seu processo de industrialização na segunda metade do século XIX, com a ascensão do imperador Mitsuhito, que deu início à Era Meiji. Essa Era caracterizou-se pela implantação de políticas modernizantes como investimentos na criação de infraestrutura, criação de fábricas, maciços investimentos na educação, voltada para qualificação da mão-de-obra e abertura do mercado consumidor para tecnologia e produtos estrangeiros. Mesmo industrializado, o Japão enfrenta problemas como escassez de energia e matérias-primas, e limitado mercado interno. Apesar disso, está entre as principais economias do mundo.

China: A partir do final da década de 1970, o presidente chinês à época, Deng Xiaoping promoveu inúmeras reformas econômicas, que culminaram com a implantação de uma economia de mercado nos moldes capitalistas a partir das "Quatro Modernizações": a modernização da agricultura, da indústria, da ciência e tecnologia, e do setor militar.
Apesar de se manter socialmente fechada, realizou uma política de aproximação com o Japão e os Estados Unidos, atraindo capitais para o país. Atualmente, a China é a 2ª maior economia do planeta.

Fonte: Currículo mínimo (Seeduc)



Um comentário:

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